por Renan Ryuji. 30 anos, gay, RJ.
Outro dia conheci pela net mais
um scater de fora da RJ, trocarmos Skype e travamos longas conversas sobre
merda e sobe outros assuntos, como é normal acontecer. Então um dia ele me disse
sua profissão e coincidia com a minha. Aí depois disso parei pra pensar e
lembrar de todos os scateiros com quem já conversei, e comecei a lembrar suas
profissões: vários jornalistas, atores, professores de artes, publicitários,
designer, cineastas, arquitetos, bailarinos, e até um roteirista de cinema; e
apenas 3 médicos e 2 engenheiros, sendo que desses cinco últimos 3 deles já
praticaram ou ainda praticam alguma atividade de artes (teatro, dança, música).
Diante dessas informações notei uma coincidência: a maioria tem um trabalho que
diretamente se usa da criatividade, ou tem envolvimento direto com atividade
criativa fora do trabalho. E então me questionei: teria o fetiche por merda
relação com a criatividade? Ou seria apenas uma estranha coincidência eu ter as
pessoas certas com essa característica?
Inevitavelmente me lembro de
Marquês de Sade que viveu entre os séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro
registro documentado de alguém que escrevia abertamente sobre as perversões
sexuais mais diferentes, incluindo o tema scat, com fantasias e fetiches todos
escritos de maneiras mais despudoradas e escancaradas o possível. É claro que
por causa de suas obras altamente libertinas, foi perseguido, preso, sendo que
escreveu a maior parte de suas obras na Prisão da Bastilha. Sua profissão: escritor
e dramaturgo, mais uma vez vemos aí a criatividade
conduzindo a situação.
A criatividade se desenvolve nas
pessoas desde a infância, quando a criança se vale a imaginação para criar o
novo, explorar o novo, transformar o ambiente segundo a sua necessidade e pode
ser incentivada pelos adultos através de elogios ou estímulos. Isso é um fato.
E convenhamos, nos scaters somos bem criativos nas nossas fantasias: já ouvi de
cara que ele tinha vontade de fistar alguém, e depois que cu estivesse bem
aberto queria cagar diretamente dentro cu. Fantástico! Eu mesmo tenho cada
ideia de receita de merda com comida que até eu me surpreendo. E parece que
quanto mais o desejo aumenta, mais a gente quer fazer coisas diferentes, mesmo a despeito de sabermos que as pessoas “comuns” iriam achar
repugnante. Ou seja, é uma transgressão, tal como arte. Coincidência?
Mas afinal seria essa relação verdadeira?
Tenho muita vontade de ir mais afundo nesse assunto, e comprovar ou refutar
essa hipótese. Mas realmente seria uma pesquisa difícil de levantar dados e
ainda mais difícil apresenta-la ao público. Concordam comigo? Diga aí no
comentário a sua área de trabalho ou estudo, pra gente de repente continuar
viajando nessa hipótese.
Abraço!
Achei muito interessante a teoria, nunca havia pensado sobre isso.
ResponderExcluirAcho que a relação pode ter a ver com os criativos buscarem mais experiências multissensoriais, e também com o fato de serem pessoas que normalmente estão mais abertas a novas perspectivas. Então não significa que não tenham muitas pessoas com profissões analíticas que gostem, mas talvez eles sejam mais travados para admitir e experimentar coisas diferentes do padrão devido a forma que estão acostumados a lidar com as coisas no dia a dia.
Você concluiu meu pensamento de forma muito mais concisa, e digamos, até precisa. De fato os criativos estão bem mais abertos à experimentação.
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